Quem não conhece Amsterdam tem a (errônea) impressão de que a capital da Holanda é o paraíso perdido das drogas e da prostituição. No entanto, numa primeira voltinha pela cidade (que pode ser feita em cima de uma bicicleta) já dá para perceber que o paraíso não está perdido não.
Marcada pelas tulipas, moinhos de vento e canais, Amsterdam é bonita, cultural e muito “educada”. Apesar do trânsito confuso, em que carros, ônibus, trans (uma espécie de bonde) e bicicletas são alternativas para se locomover além de andar a pé, os espaços são bem respeitados.

Queridinha, a bicicleta, é preferência até ao pedestre. São 400 km de ciclovias espalhados pela cidade e estacionamentos exclusivos para as magrelas. Não é a toa que 85% da sua população maior de doze anos possui uma bicicleta, elas somam mais de 550 mil e são responsáveis por um terço dos deslocamentos na região.
Diferente de São Paulo (que é muito mais extensa), onde as ciclovias ainda estão restritas a 30 km e as bicicletas são utilizadas mais como um passeio de final de semana, em Amsterdam elas são meios de transporte (muito vantajosos: não polui, não gasta com combustível, diminui o congestionamento).
Uma série de fatores pode explicar o porquê é viável em uma cidade, enquanto não é na outra. A primeira delas e mais incontestável, como vimos acima, é a estrutura. A segunda é a segurança. Paulistanos já saem de casa com medo da violência mesmo blindados em carros e ônibus, imagina se sairiam pedalando sob duas rodas, sem janelas e travas. Sem falar nos roubos, já que este também virou um problema entre os holandeses.
Uma outra razão, e esta é difícil de mudar, está na própria cultura de cada país. Os holandeses não tiram seus ternos, suas saias ou sapatos para pedalar, não é preciso estar com trajes de ginástica ou uma temperatura amena. Desde que vão sozinhos para a escola, os moradores de Amsterdam saem baixo de chuva ou do sol escaldante em suas bikes pela cidade...





