quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Consumo responsável

Por Vanessa Barcellini


"A Terra tem o suficiente para todas as nossas necessidades, mas somente o necessário".
Mahatma Gandhi


A relação entre os atos de produção e de consumo e a proteção do meio ambiente faz com que apareça a necessidade de discutir o tema consumo sustentável. O desafio desse novo método é fazer com que todos passem a pensar na necessidade de reciclar e de adotar um novo estilo de vida com certos padrões diferenciados, consumindo apenas o que é necessário e dentro dos padrões que protejam os recursos naturais. Tendo em mente a preocupação de que os recursos naturais, tais como a água, estão se esgotando, portanto, uma nova consciência sócio ambiental se forma, e o consumo racional e eficiente torna-se cada vez mais importante no processo de transformação e busca pela sustentabilidade.
Com o objetivo de fazer parte desse novo sistema de cooperação ambiental e tendo em mente que atualmente, consumir implica uma certa responsabilidade, foram criados os produtos sustentáveis. São produtos que se diferem dos comuns, não agredindo o meio ambiente e sendo produzidos de maneira sustentável, elaborados dentro de parâmetros socialmente justos, ambientalmente corretos e economicamente viáveis. Neste momento, em que as pessoas estão começando a criar consciência ecológica, os alimentos orgânicos, os eletrodomésticos que economizam energia, os objetos de madeira com selo do FSC entre outros produtos, estão em alta.
Raquel Bidermann é advogada e trabalha no programa de Consumo Sustentável do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces), fala com muita satisfação da chegada de um novo programa que ajudou a criar, o catalogo de Produtos e Serviços Sustentáveis, sendo uma ferramenta essencial para dar poder aos cidadãos e aos consumidores institucionais, preocupados com a pegada ecológica e social de seus hábitos de consumo. Este novo site será de grande utilidade para empresas e governos que pretendem implementar políticas de compras e contratações sustentáveis. E ela ainda afirma: “Além de estimular maior responsabilidade das instituições no uso de seu poder de compra, o catálogo ajuda os consumidores e a sociedade a repensarem seus padrões de consumo, sendo um exercício fundamental diante do ritmo em que a humanidade vem impactando os recursos naturais. Convidamos a todos a acessar o link www.catalogosustentavel.com.br e tentar fazer com que as pessoas conheçam um pouco mais sobre esse assunto.”
Porém, existe um grande fator que inibe o consumo desses produtos, os que são ecologicamente corretos podem sair 50% mais caros do que o similar popular, , pois, a escala de produção de um item com os critérios ambientais respeitados costuma ser reduzida (a demanda e a produção são menores, e os preços, maiores). Por exemplo, em São Paulo, uma caixa de morango sai por mais ou menos 6 reais enquanto um produto similar acaba saindo por 3 reais, um xampu básico pode ser comprado por 4 reais, e a versão ecologicamente correta pode custar 25 reais (os detergentes utilizados na formulação são biodegradáveis e 100% vegetais e, em geral, comprados de cooperativas que visam incrementar o comércio justo). Portanto, esta pode ser a causa que faça com que as pessoas não consumam tanto esses produtos, pois para a maioria das pessoas ao comprar, preferem os os produtos de preços mais baixos.
André Carvalho, também pesquisador do centro de estudos da Fundação Getúlio Vargas, Afirma: "Na hora de escolher o que entra no orçamento, normalmente o consumidor fica com o produto que traz benefícios extras para a saúde. Essa é a motivação primordial para adquirir produtos sustentáveis, mesmo que custem mais caro. Em segundo plano, o fator ambiental é considerado",

sábado, 26 de setembro de 2009

Está na moda ser sustentável

Por Soraya Lauand
Pensando mais uma vez em alternativas e atitudes que contribuam para um meio ambiente saudável, não podíamos deixar de falar do conceito de sustentabilidade. É um assunto que com certeza tem acompanhando a gente há algum tempo e se mantém atrelado as prática de ações que tenham como finalidade o equilíbrio. Algo que seja bom tanto para os seres humanos quanto para a biosfera. Hoje, essa questão se torna cada vez mais importante.
Todo este processo se dá em diferentes planos, tanto no âmbito global, de empresas, quanto local, os indivíduos. Dentre as instituições que atuam em nível global está o Greenpeace. Criado em 1971, esta organização atua de maneira intensa na salvação do meio-ambiente por meio de ações pacíficas e promocionais, com o intuito de alertar as pessoas sobre as responsabilidades com o Mundo.


Assim como o Greenpeace, nós também podemos contribuir com pequenas ações ao planeta. São simples atos que juntos podem modificar a situação em que nosso mundo se encontra. O bom uso dos recursos que a natureza oferece pode melhorar nossa qualidade de vida.
A moda sustentável está cada vez mais se popularizando país a fora e serve de exemplo de atuação local. A indústria têxtil e os próprios estilistas têm procurado encontrar novas fontes de recursos e meio de produção que diminuam a agressão ao meio ambiente e ao mesmo tempo buscam alinhar-se aos gostos de seus consumidores.
Essa moda ecológica é produzida com materiais reciclados, tecidos orgânicos, como é o caso do algodão que passa a ser cultivado sem agrotóxicos ou fertilizantes artificiais, couros alternativos, fibra vegetal e até garrafa pet (o plástico é reciclado e transformado em fibra). Na hora do tingimento é preciso utilizar pigmentos naturais para ficar 100% ecológico.
No Brasil, pequenas marcas e grifes já aderiram a essa onda ecofashion. A produção sustentável não se limita a ficar só em peças de roupas ou nas linhas de acessórios, os calçados e bolsas também estão incluídos nos itens ecologicamente corretos. Um exemplo de marca de calçados é a marca Goóc que usa a borracha reciclada de pneus no solado das sandálias. A loja também trabalha com bolsa, mochilas e acessórios.

Pessoas certas, com atitudes corretas podem fazer muito e o planeta agradece! Quem disse que as coisas estão fora do nosso alcance? Você ainda está parado? Vamos ajudar o planeta!!!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dia Mundial Sem Carro 2009. Programe-se!

Por Marília Medrado
Amanhã vale tudo para deixar o carro na garagem. Usar ônibus, metrô, andar de bicicleta e até a pé. Comemorado por milhões de pessoas em 1500 cidades ao redor do planeta, 22 de setembro é o Dia Mundial Sem Carro. O objetivo da data é alertar todos os cidadãos sobre as emissões de dióxido de carbono liberado pelos carros. O CO2 é o principal gás causador do aumento do efeito estufa no planeta.


Só em São Paulo, são cerca de 6,5 milhões de automóveis circulando diariamente pelas ruas e avenidas da capital. No Brasil, são 50 milhões ao todo. Para se ter uma ideia da quantidade de gases poluentes lançados por esses automóveis, um carro com motor 1.0, movido a gasolina, consome 71,43 litros em mil quilômetros. O que gera nada menos do que 170 Kg de CO2. Calcule aqui suas emissões.
Mais que flexionar pernas e braços e colocar o corpo para funcionar, a data é importante porque serve como um exercício de reflexão sobre a nossa dependência em relação aos carros. A ideia é que se busque alternativas para os meios de transportes individuais. Além disso, com a adesão cada vez maior dos governos, o Dia Mundial Sem Carro é a partida para exigir das autoridades transportes públicos de mais qualidade, aumento das ciclovias e respeito ao pedestre.


Histórico:
O Dia Mundial Sem Carro foi comemorado pela primeira vez na França, ainda em 1998. No Brasil, a iniciativa surgiu em 2001, quando 11 cidades por todo o país - Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas (RS); Piracicaba (SP); Vitória (ES); Belém (PA); Cuiabá (MT), Goiânia (GO); Belo Horizonte (MG); Joinville (SC); São Luís (MA) -aderiram à causa. Em São Paulo, o evento acontece desde 2005, organizado pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente em parceria com o Movimento Nossa São Paulo.

Participe você também!

Confira como foi a Bicicletada preparatória para o Dia Mundial Sem Carro 2009
http://diamundialsemcarro.ning.com/video/bicicletada-preparatoria-para

Links relacionados:
Bicicletada em SP
http://www.youtube.com/watch?v=CQq4vJHMyu0&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=xetx-dI1Vr4&feature=PlayList&p=27AA7A3BF4731BB8&index=1

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pré-sal: equilíbrio com o meio ambiente

Por Carolina Cagno

Um vídeo, postado no recém inaugurado Blog do Planalto, traz a história do petróleo no Brasil. Descoberto, literalmente, em terras nacionais no início da década de 30, o petróleo consagrou-se como “combustível” mundial, no sentido que é fonte para a fabricação de uma série de produtos e de energia.
Ao longo do século XX, diversas reservas petrolíferas passaram a ser exploradas no país, inclusive em áreas oceânicas. Os progressivos avanços no setor foi fator determinante para o desenvolvimento econômico do Brasil e sua posição crescente no cenário global.
No começo do novo século, o Brasil tornou-se auto-suficiente em relação ao consumo desse recurso natural e não-renovável. Recentemente, com a descoberta de uma nova área de exploração, a ultraprofunda camada do pré-sal, poderemos entrar para a lista dos 10 maiores produtores mundiais.
Os dados são animadores pelo âmbito econômico e social. Se os recursos financeiros obtidos através da exportação de barris forem investidos em prol de ações sociais, principalmente com educação e contenção da pobreza (como mencionado no vídeo), teremos grandes avanços no processo de inclusão social no Brasil.
Porém, há uma ressalva a ser feita (e a mídia já está fazendo desde o início). Quais serão os impactos das ações de exploração da camada do pré-sal no meio ambiente? Para o diretor de mobilização da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, o principal problema está no transporte e no risco de vazamento do petróleo, não na extração em si.
Entretanto, com a descoberta da área do pré sal, maior do que o dobro das reservas já comprovadas no país, as emissões de carbono também irão se multiplicar, já que a queima de combustíveis fósseis está intimamente ligada com o aquecimento global e a poluição do meio ambiente.
A fim de compensar os desgastes ambientais, sem deixar de aproveitar as boas condições do pré-sal, seus benefícios para o povo brasileiro inibir o desenvolvimento econômico e, o futuro montante deve também ser destinado a ações de implantação de recursos renováveis como energias solar e eólica, além de construções sustentáveis.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Que desperdício!

Por Soraya Lauand

Para completar o rol das catástrofes que destroem o planeta, o desperdício chegou com força total. Quando comparado com a fome e o desemprego sua visibilidade é bem menor, mas essa questão não pode ficar fora de debate.
O Brasil é considerado um dos principais produtores de alimentos do planeta, mesmo assim quando a questão envolve a sobrevivência não só de pessoas, mas de todo o mundo as porcentagens de desperdício são surpreendentes. O mundo produz todos os dias comida em quantidade suficiente para alimentar a população de todo o planeta e anualmente R$ 12 bilhões em alimentos são jogados fora. Quem disponibiliza esse cálculo é a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo. Além da própria questão que o tema envolve, os dados divulgados chocam ainda mais pelo fato do desperdício ser algo que poderia ser evitado. Os bens se tornam descartáveis em curto espaço de tempo e quanto mais rica e consumista é a sociedade, mais ela desperdiça. Reduzir o desperdício é também combater o problema da fome no Brasil.
O Instituto Akatu trabalha para a mudança de comportamento dos consumidores de forma a contribuírem para a sustentabilidade por meio dos seus atos de consumo. “1/3 de tudo que você compra vai direto para o lixo” é o slogan da entidade divulgado na internet. Segundo eles se forem gastos R$100 em compras de supermercados, R$30 são jogados fora. Os consumidores precisam ter consciência de suas reais necessidades alimentares, além de perceber que pequenos atos podem transformar a realidade. Deve-se pensar na seleção, no armazenamento, no preparo e como reaproveitar os alimentos que são comprados. É simples se tornar um consumidor consciente! O primeiro passo é planejar as compras, ou seja, comprar apenas o que for necessário. O segundo passo é comprar menos e com maior frequência assim a comida não vai estragar tão fácil e os alimentos estarão mais frescos para serem ingeridos. Aproveitar o máximo de cada alimento é outra saída. Poucos sabem, mas talos, folhas, sementes e cascas têm um forte valor de nutrientes e podem sem incluídos no prepara das refeições. Em último lugar, mas não menos importantes, é necessário separar e reciclar o lixo.
As pessoas precisam encarar o problema como uma realidade vigente e tentar trabalhar para combatê-lo. Não adianta nada se chocar com os fatos e ficar parado. Agir de forma irracional trará os mesmos resultados. É preciso transformar o seu consumo num ato de solidariedade.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Aproveitar a natureza sem destruí-la

Por Gabrielle Amorim


O novo século em que estamos vivendo tem algumas metas a serem seguidas e uma delas é usar nossa natureza sem agredi-la e sem destruí-la,podendo colaborar na preservação de nossos recursos ambientais.
Para começar a colaborar com esse novo conceito, por que não iniciar em sua própria moradia, com o projeto da sua casa ecológica. E um desses projetos de casas ecológicas é o “Eco Vila Clariando”.Esse projeto fica localizado na cidade de Piracaia e lá moram pessoas que estão em busca de viver em uma ecovila e viver em harmonia com a natureza e com outras famílias.
Para que possamos entender melhor como é viver em uma EcoVila o morador e um dos fundadores da Ecovila Clariando,Hiroshi contou como é morar em uma ,“a maioria das pessoas que desejam morar em ecovilas atualmente, vivem pressionadas pelo estresse urbano e todo seu leque de perturbações e assim anseiam por momentos de paz e sentido de vida.Mas viver o cotidiano é sempre diferente do romantizado e depara-se também com problemas. Problemas diferentes dos anteriores mas em outro nível. Chuva demais que atola seu carro. Formigas que atacam sua horta. Cachorro do vizinho que vem atacar suas galinhas etc.Viver numa ecovila é parecido com viver em outro lugar, porém é possível administrar melhor sua vida e reencontrar aquele sentido de utilidade onde se vê começo, meio e fim das suas ações.”
Na Ecovila, são oferecidas técnicas construtivas que não utilizam madeiras ilegais. Através de convênio de intercâmbio tecnológico com a USP, UNICAMP, UNESP e empresas privadas, eles tem à disposição técnicas já consagradas de construção tais como, solocimento com mini-colunas embutidas, telhado em arco romano de tijolo modular de solocimento, telhado em erco romano armado com treliçado de bambu e revestido de forrocimento laminar e s pré-fabricadas com madeira de reflorestamento.
Para viver em uma Ecovila é necessário dar prioridade para a sustentabilidade e é preciso seguir dentro de algumas “regras” como, a produção local de alimentos orgânicos, a utilização de sistemas de energias renováveis como cataventos,biodigestores,na construção ecológica(utilizando tijolos de solocimento,bambu),criação de esquemas de apoio social e familiar, incluindo diversidade cultural e celebrações.
Hiroshi também fala “que não é qualquer pessoa que pode morar e explica o motivo, pois aqueles que fogem dos dramas existenciais não vão encontrar paz numa ecovila.”
Os materiais são selecionados e leva-se em conta a qualidade, beleza, baixa manutenção e política de produção em relação ao impacto ambiental. Os principais materiais utilizados são o tijolo ecológico, esquadrias em pvc, telha de concreto, madeira cerâmica, madeira plástica e pilares em eucalipto e os sistemas utilizados nessas casas são, o de aquecimento solar e a reutilização de águas das chuvas.
Esses projetos ecológicos valorizam e resgatam o estilo rústico, sem abrir mão do conforto, praticidade da vida moderna e o custo de vida é mais barato. Uma casa com uma visão ecológica evidente, tanto por utilizar materiais que não agridem a natureza, como por preservar ao máximo o terreno e o entorno onde será construída a casa.

Para saber e conhecer sobre essa vila acesse http://www.clareando.com.br/interno.asp?conteudo=clareando, assim você também pode fazer parte desse novo condomínio sustenvável.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Nova Ong para acabar com o desmatamento da madeira

Por Vanessa Barcellini

Pensando na falta de responsabilidade com o consumo da madeira, criou-se o Programa de Certificação Florestal do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola). A ONG surgiu devido à demanda para produtos com origem florestal ou agrícola e visa projetos voltados a sua produção e comercialização. O Imaflora é uma organização brasileira, sem fins lucrativos, que trabalha para promover mudanças positivas nos setores florestal e agrícola. Segundo a coordenadora de comunicação, Priscila Mantelatto, “O Instituto acredita que, estimulando boas práticas de produção, é possível promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e gerar benefícios sociais. O Imaflora busca novas formas de existência, conciliando conservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico, por isso, valoriza e difunde exemplos positivos e trabalha com soluções construídas e negociadas de maneira representativa e equilibrada entre diversos setores da sociedade.”
Atualmente, só é possível exportar a madeira se ela possuir um selo que aprove esse ato, uma atitude em respeito aos aspectos ambientais, sociais e economicos. Essa certificação florestal busca contribuir para o uso adequado dos recursos naturais, sendo portanto, uma alternativa à exploração predatória das florestas. A Ong tem como objetivo promover a conservação e o uso responsável dos recursos naturais, zelar a conservação de ares protegidas públicas e privadas, garantir o respeito aos direitos fundamentais do trabalho, de saúde e de segurança para trabalhadores e empreendimentos florestais e agrícolas, gerar benefícios sociais para as populações diretamente afetadas por projetos e empreendimentos florestais e agrícolas, garantir respeito a legislação ambiental e principalmente estimular a adoção de práticas produtivas menos impactantes ao meio ambiente e às pessoas que dele dependem.
O Imaflora trabalha com uma certificação ambiental, esta faz com que o produto possa ser exportado. Patrícia ainda afirma: “ Para nós, esta é uma importante ferramenta de mudança, pois incentiva a adequação socioambiental de empreendimentos florestais e agrícolas, além de fortalecer e qualificar produtores e comunidades florestais, por isso, o Imaflora promove a produção e o consumo responsável, dando visibilidade aos empreendimentos e aos produtos socioambientalmente adequados, através da construção de espaços que aproximam produtores e consumidores.”
A ong trabalha com diversos projetos, entre eles o da madeira, o Projeto Café e Biodiversidade. Para conseguir promover mudanças, o Imaflora atua com outras organizações e pessoas, tais como: empreendimentos e trabalhadores florestais e agrícolas, comunidades e produtores rurais; pesquisadores, estudantes, ONGs, formuladores de políticas públicas e privadas, consumidores individuais e corporativos de produtos florestais e agrícolas.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Por que é tão difícil ser ecologicamente consciente?

Por Marília Medrado

A preocupação dos brasileiros com o meio ambiente aumentou, mas ainda cresce devagar, segundo a última pesquisa do Instituto Vox Populi, divulgada em maio de 2006. Apenas 6% dos 2000 entrevistados, todos maiores de 16 anos e moradores das cinco regiões do país, colocaram a questão ambiental como um dos principais problemas do Brasil, entre os quais figuram o desemprego, a violência e a deficiência dos serviços de saúde. Nos Estados Unidos, o pensamento com o meio ambiente ocupa a vigésima posição no ranking de preocupações dos americanos.
Afinal, por que é tão difícil ter uma mente ecologicamente consciente?
Para Denise Paieiro, professora do Centro de Comunicações e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, “assumir padrões de comportamento ‘ecologicamente corretos’ implica em reduzir consideravelmente o conforto e, principalmente, o consumo. A ideia de padrão de vida - e de felicidade contemporânea - está diretamente ligada à possibilidade de consumir. Ir contra isso no cotidiano é muito difícil”.A resistência a adoção desse tipo de comportamento também está ligada aos desejos dos indivíduos e a cultura de cada um. Para a psicóloga Cristina De Vecchi, “ o que desejar é baseado em infinitas vivências de um ser humano, boas e ruins. As pessoas sabem o que é certo, mas os costumes, os vícios estão enraizados no nosso ser, soma dos anos todos que nós vivemos de um jeito, tido como certo até então ”.
Atentos a essa tendência mundial em subestimar a relevância da questão ambiental, cientistas começaram a se dedicar a outros tipos de pesquisas, que vão além dos estudos físicos e biológicos sobre a questão climática.Pesquisadores comportamentais da Universidade de Columbia, nos EUA, formaram um grupo chamado CRED, Center of Research on Environmental Decision, que estuda como tomamos decisões e assumimos determinados comportamentos e atitudes. A pesquisa procura entender como reagimos com resultados a longo prazo, fazendo sacrifícios agora para obter resultados positivos no futuro ou, sustentavelmente falando, preservar hoje para garantir amanhã. “No dia a dia, são poucas ações que dão conta da preservação futura do mundo - e da própria vida humana, afinal, para o homem contemporâneo a ‘vida é agora’”, aponta Paieiro.
O processo mental pelo qual se dá a tomada de uma decisão é feito por duas instâncias psíquicas distintas. Uma, conhecida como superego, trabalha analiticamente, considerando os custos e os benefícios de uma decisão. O id, instância oposta, analisa os riscos por meio dos sentimentos e emoções, cuja base é a experiência pessoal. A negociação entre esses dois sistemas é mediada pelo ego, responsável por colocar em prática a decisão tomada.Segundo o estudo dos cientistas, nós não somos muito adeptos a resultados a longo-prazo e tendemos a subestimar promessas futuras. De acordo com Vecchi, esse comportamento não é um fato. “Caso isto ocorra, o fazemos porque não nos reconhecemos nessas promessas. Prometemos, mas não nos identificamos”, disse ela. Para o meio ambiente isso significa uma ameaça, na medida em que somos menos propensos a mudar nosso comportamento a fim de garantir um futuro ambiental mais seguro.
As tendências psíquicas humanas não são justificativas para o descuido com o meio ambiente. Antes devem ser vistas como fatores de redobrada atenção sobre o nosso comportamento e como formas de melhorar as mensagens de instituições e órgãos sobre o meio ambiente.

PV: Politicamente ou Ecologicamente correto?

Por Carolina Cagno

A onda da sustentabilidade já atingiu diversos setores no mundo todo. No Brasil, o meio político também está aderindo à prática do compromisso com as causas ambientais. Prova disso é que o PV-Partido Verde deu início no último domingo, 30 de agosto, à sua reestruturação ideológica. O projeto tem como objetivo principal resgatar os valores ecológicos pelos quais nasceu a legenda e contará com a filiação de alguns membros influentes quando o assunto é meio ambiente, como a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Para ela, “meio ambiente é um espaço onde a política pode ser reelaborada”. A maioria dos partidos políticos brasileiros não dão enfoque a questão ambiental em seus programas, um fato intrigante diante do cenário que vivemos hoje. A necessidade de preservação deveria estar intimamente ligada ao desenvolvimento, seja ele político, econômico, social.
É um equívoco e uma maneira antiquada pensar que a preocupação com o ambiente é um “breque” à produção como um todo. Pelo contrário, a iniciativa pode gerar resultados de mão-dupla, além de trazer melhorias à qualidade de vida das pessoas garante a aprovação dos consumidores e do mercado global. Vale lembrar que a degradação do ecossistema poderá acabar com os recursos naturais, fonte essencial para o progresso.
Diversas entidades privadas
já estão empenhadas, agora é a vez dos setores públicos unirem esforços. Se formos pensar, o PV possui essa responsabilidade ecológica muito antes dela se popularizar nos dias atuais. O Partido foi criado por um grupo de ecologistas em 1972 na Austrália com o intuito de impedir o transbordamento do lago Pedder. A partir de então, sua ideologia disseminou-se pelo mundo todo, com grande influência nos países europeus.
No Brasil, foi legalizado em 1986, mas sua trajetória ficou mais conhecida pelos seus célebres representantes como Gilberto Gil, cantor e ex-ministro da Cultura e Fernando Gabeira, escritor e deputado federal do RJ, do que pelas suas ações no âmbito ecológico.
Sua reformulação é um reflexo da tendência mundial e uma maneira de consolidar os seus valores tradicionais em prol do desenvolvimento sustentável e meio ambiente. Mas fica uma indagação, será que o Partido está seriamente preocupado com a preservação do ambiente ou o projeto é apenas uma estratégia para disputar com mais expressividade as eleições de 2010? É votar para ver!