quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Consumo responsável

Por Vanessa Barcellini


"A Terra tem o suficiente para todas as nossas necessidades, mas somente o necessário".
Mahatma Gandhi


A relação entre os atos de produção e de consumo e a proteção do meio ambiente faz com que apareça a necessidade de discutir o tema consumo sustentável. O desafio desse novo método é fazer com que todos passem a pensar na necessidade de reciclar e de adotar um novo estilo de vida com certos padrões diferenciados, consumindo apenas o que é necessário e dentro dos padrões que protejam os recursos naturais. Tendo em mente a preocupação de que os recursos naturais, tais como a água, estão se esgotando, portanto, uma nova consciência sócio ambiental se forma, e o consumo racional e eficiente torna-se cada vez mais importante no processo de transformação e busca pela sustentabilidade.
Com o objetivo de fazer parte desse novo sistema de cooperação ambiental e tendo em mente que atualmente, consumir implica uma certa responsabilidade, foram criados os produtos sustentáveis. São produtos que se diferem dos comuns, não agredindo o meio ambiente e sendo produzidos de maneira sustentável, elaborados dentro de parâmetros socialmente justos, ambientalmente corretos e economicamente viáveis. Neste momento, em que as pessoas estão começando a criar consciência ecológica, os alimentos orgânicos, os eletrodomésticos que economizam energia, os objetos de madeira com selo do FSC entre outros produtos, estão em alta.
Raquel Bidermann é advogada e trabalha no programa de Consumo Sustentável do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces), fala com muita satisfação da chegada de um novo programa que ajudou a criar, o catalogo de Produtos e Serviços Sustentáveis, sendo uma ferramenta essencial para dar poder aos cidadãos e aos consumidores institucionais, preocupados com a pegada ecológica e social de seus hábitos de consumo. Este novo site será de grande utilidade para empresas e governos que pretendem implementar políticas de compras e contratações sustentáveis. E ela ainda afirma: “Além de estimular maior responsabilidade das instituições no uso de seu poder de compra, o catálogo ajuda os consumidores e a sociedade a repensarem seus padrões de consumo, sendo um exercício fundamental diante do ritmo em que a humanidade vem impactando os recursos naturais. Convidamos a todos a acessar o link www.catalogosustentavel.com.br e tentar fazer com que as pessoas conheçam um pouco mais sobre esse assunto.”
Porém, existe um grande fator que inibe o consumo desses produtos, os que são ecologicamente corretos podem sair 50% mais caros do que o similar popular, , pois, a escala de produção de um item com os critérios ambientais respeitados costuma ser reduzida (a demanda e a produção são menores, e os preços, maiores). Por exemplo, em São Paulo, uma caixa de morango sai por mais ou menos 6 reais enquanto um produto similar acaba saindo por 3 reais, um xampu básico pode ser comprado por 4 reais, e a versão ecologicamente correta pode custar 25 reais (os detergentes utilizados na formulação são biodegradáveis e 100% vegetais e, em geral, comprados de cooperativas que visam incrementar o comércio justo). Portanto, esta pode ser a causa que faça com que as pessoas não consumam tanto esses produtos, pois para a maioria das pessoas ao comprar, preferem os os produtos de preços mais baixos.
André Carvalho, também pesquisador do centro de estudos da Fundação Getúlio Vargas, Afirma: "Na hora de escolher o que entra no orçamento, normalmente o consumidor fica com o produto que traz benefícios extras para a saúde. Essa é a motivação primordial para adquirir produtos sustentáveis, mesmo que custem mais caro. Em segundo plano, o fator ambiental é considerado",

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